Patrícia Ahmaral lança seu terceiro disco, “SUPERPODER”
“MENINA SUPERPODEROSA”
A cantora e compositora mineira PATRÍCIA AHMARAL é uma moça de atitudes. Sabe que a vida não se resume a festivais, trilhas de novelas nem reality shows. Busca seus espaços, sem vacilo. "Ninguém pode deter/ uma alma incendiada pela felicidade", canta em "Superpoder", de Lula Queiroga, faixa que dá título a seu terceiro CD.
A felicidade, no caso, vem de uma fase madura, mas não conformista da vida. Do disco anterior, "Vitrola Alquimista", pra cá, ela casou, teve filho, fez terapia, ampliou os nomes de parceiros. E até assumiu namoros artísticos antigos, como com Vander Lee. Além de fazer com ele uma parceria, "Revoada" ("é que agora tá diferente/ ela canta aos quatro ventos/ ela dança seu invento"), regravou a sintomática "Desejo de Flor", que reforça a sensação de ser uma artista em plena liberdade de ação e criação: "nada impede uma flor de nascer/ de um desejo sincero/ porque nada impede/ uma flor de querer/ o que eu quero."
Provada a tese de ser uma moça de fortes vontades, vale situar. PATRÍCIA AHMARAL nasceu e cresceu em Belo Horizonte. Fez jornalismo, mas se firmou com a voz de timbre agudo, cristal a serviço de um misto de potência de rock e alcance de música erudita.
Como a conterrânea Sylvia Klein, PATRÍCIA escapa do modelo reinante, de cantoras de vozes sussurrantes e doces, com mais pose que técnica. Ela é uma intérprete capaz de incendiar platéias, de desafiar verdades, de revestir com as notas certas seus desejos, gostos e vontades.
Ela lançou o primeiro disco, "Ah!", em 1999, produzido por Zeca Baleiro. Bem recebido por crítica e público, fez com que ela andasse pelo país mostrando seu poder de interpretação.
Entre o primeiro disco e o segundo, "Vitrola Alquimista", de 2004, fez carreira paralela na música erudita, com estudo de canto na UFMG e começou a compor. Um dos parceiros, Renato Villaça, produziu com ela a alquimia da vitrola.
"SUPERPODER", produzido pelo sempre requisitado Fernando Nunes, baixista de Cássia Eller e Baleiro, começou a ser pensado em 2007, mas passou a tomar forma no ano passado.
A idéia original era ser um disco "brazuca", "não no sentido samba, mas no sentido de ser tudo tocado, sem muitos eletrônicos, e no sentido de ter aquele rock-baião, rock-sertão, que eu amo e que é aquela coisa do Alceu, do Raul, dos Novos Baianos, pra ficar na fonte da coisa...", esclarece nossa heroína.
Ao longo da produção, o disco foi tomando outros rumos e sobraram, no final, segundo PATRÍCIA, "pitadas de rabecas, tambores mineiros, acordeons...".
Pra chegar ao formato final do repertório foram importantes dois amigos dos primeiros tempos. A produtora, cantora e criadora de bons (a)casos Rossana de Celso, na primeira metade, e Zeca Baleiro, "para desempatar as escolhas no final de tudo". Dois experientes pilotos de direções artísticas, em participações, não oficiais, mas afetivas e efetivas.
Engrossando o coro dos contentes, PATRÍCIA contou com Lucinha Turnbull (parceira musical de Rita Lee nos tempos do Tutti Frutti), que comparece com voz e autoria de "Trilha de Luz", e Chico César, com voz e vocais na virulenta "Sorry, Baby". O grupo português Clã, que já tem fãs e parcerias com o Pato Fu, comparece com a pérola pop "Sexto Andar".
O disco foi gravado, parte com a banda habitual de Patrícia, em BH, e parte com músicos da cena paulistana. Além de Lui Coimbra, do Rio, bom de corte e costura, entrando com rabeca e clima.
"Acho que é um disco feito em torno do amor e de uma certa reafirmação do ‘estar na vida’, define PATRÍCIA. " Não ter medo de ser feliz, não ter medo da reprovação, ser mais inteiro diante de tudo."
"O tal "veneno da coragem" que o Alceu fala", continua PATRÍCIA," é um mote muito concreto pra mim nesse momento. De outro lado, o ´amar e mudar as coisas´, do Belchior, o ´deixar uma trilha de luz´, da Lucinha, são a mensagem que compartilho com tantos outros colegas artistas, na ´insana´ teimosia de acreditar num mundo melhor”.
Além da música, o disco tem literatura. O encarte abre e fecha com dois poemas de PATRÍCIA, que ajudam fechar a história. "Porque disco, às vezes, soa assim pra mim: conta uma história. Tem início, meio e fim”, confessa.
E assim, coerente e poeticamente objetiva, PATRÍCIA AHMARAL chama para ouvir cada faixa como capítulos de um livro, construído com a lógica da criação.
por Kiko Ferreira (crítico de música e poeta)
AGENDA: Patrícia Ahmaral marca a chegada do novo disco em noite de autógrafos e pocket show na FNAC (BH Shopping – 4º piso) – BH: 16 de setembro, sexta-feira, às 19h30. Entrada Franca.
PAULINHO PEDRA AZUL - SHOW 30 ANOS
Será no dia 15 de setembro, quinta-feira, 21h, no Grande Teatro do Palácio das Artes (Av. Afonso Pena, 1537 – BH – MG), a noite única do show Paulinho Pedra Azul 30 anos. O evento terá participações especiais dos músicos Padre Fábio de Melo, Célio Balona, Aggeu Marques e Mauro Mendes. No show, Paulinho Pedra Azul, comemora os seus bem vividos 30 anos de carreira fonográfica. Os ingressos já estão à venda na bilheteria do Teatro ou pelo site http://www.entregadeingressos.com.br/
Informações adicionais: 31 3236 7400. Realização: Talentos Produções.
Nenhum comentário:
Postar um comentário