Será no dia 22 de setembro, domingo, às 11h, na Sala
Sérgio Magnani da Fundação de Educação Artística (Rua Gonçalves Dias, 320 – Funcionários –
BH – 31 3226-6866), o lançamento do CD
Recital Mineiro, com registros inéditos de obras de Carlos Alberto Pinto Fonseca e Arthur Bosmans. Esta é a primeira
vez que os Sete Estudos Brasileiros,
de Carlos Alberto Pinto Fonseca, e a suíte Brasileiras,
de Arthur Bosmans, são gravados de forma integral.
Existiria um sotaque próprio paro o violão quando o
repertório é mineiro? De acordo com o músico Celso Faria, pelas especificidades regionais de Minas Gerais, a
musicalidade secular de seu povo e a plasticidade do próprio instrumento, sim,
existe um violão mineiro.
Nascido em Passos/MG, Celso
Faria tem uma reconhecida trajetória como violonista e pesquisador. Além de
recitais e solos orquestrais, ele conta com mais de 130 títulos de obras a ele
dedicadas, encomendadas, transcritas ou arranjadas. Já o álbum Recital Mineiro
- obras de Carlos Alberto Pinto Fonseca e Arthur Bosmans é um disco
independente e marcado por um estreito laço com o berço de sua formação
musical.
No concerto do dia 22, Faria irá interpretar uma
multiplicidade de sotaques, com obras de compositores da Espanha, Alemanha,
Paraguai, Bélgica, até chegar ao Brasil e em Minas Gerais. Ingressos no local: R$30 (inteira) e R$15 (meia).
O violão em Minas
Sob o olhar de Celso Faria, a produção musical mineira para
violão, hoje em dia, se apresenta de maneira multifacetada, coexistindo
variadas explorações de linguagens, abordagens instrumentais distintas, bem
como a inserção do instrumento em diversificados contextos camerísticos e até
mesmo sinfônico, mas isso nem sempre foi assim. Um importante ponto de
articulação na história do instrumento nas Minas Gerais, na opinião do
violonista, se dá na década de 1960. “Nesse momento, podemos observar uma série
de fatores que contribuíram para o aparecimento de “novos ares” no ambiente do
violão no estado, tais como: surgimento de cursos regulares do instrumento, sua
frequência em diversos festivais de música, o aparecimento de violonistas que
contavam com uma formação musical mais completa, além do interesse, da escrita
instrumental, por compositores não executantes do violão.
De fato, atualmente há um grande número de virtuoses
violonistas/compositores que são ligados a diversos gêneros e movimentos
musicais como o Choro, o Jazz, o Clube da Esquina e a música regional mineira e
que se dividem entre o trabalho autoral e a releitura de standards nacionais e
internacionais. Para Celso Faria, alguns dos nomes mais significativos desta
vertente são: Toninho Horta, Juarez Moreira, Gilvan de Oliveira, Geraldo Viana,
Weber Lopes e Carlos Walter.
Recital Mineiro
A gravação de obras de Carlos Alberto Pinto Fonseca e Arthur
Bosmans foi ouvida, em primeira mão, pelo também violonista Turíbio Santos e
pelo regente e compositor Oiliam Lanna. Ambos destacam a qualidade
interpretativa das peças e ressaltam o trabalho de Celso Faria em prol da
música brasileira: “ao longo de mais de duas décadas de exaustiva e laboriosa
pesquisa, Faria passou a ser o detentor de um acervo pessoal de cerca de três
mil obras para o seu instrumento, acervo ao qual recorrem músicos dos quatro
cantos do mundo”, diz Oiliam Lanna. Esta é a primeira vez que os Sete Estudos
Brasileiros, de Carlos Alberto Pinto Fonseca, e a suíte Brasileiras, de Arthur
Bosmans, são gravados de forma integral.
Carlos Alberto Pinto Fonseca concluiu os Sete Estudos Brasileiros (Estudo nº 1 - Recitativo, Estudo nº 2 -
Andante, molto espressivo, Estudo nº 3 “Homenagem a Villa-Lobos” - Quasi
declamato, Estudo nº 4 - Andantino, Estudo nº 5 - Allegretto, Estudo nº 6
“Batucada” - Allegro moderato, Estudo nº 7 - Andante) em 1972, em Belo
Horizonte. A obra foi dedicada ao violonista Carlos Barbosa-Lima, que a editou
pela Columbia Music Company (Washington D.C. - Estados Unidos), em 1978.
A suíte Brasileiras,
de Arthur Bosmans, possui cinco movimentos: Ponteio, Modinha, Batucada, Toada,
Sorongo “Dança afro brasileira”. Concluída em 1973, também na capital mineira,
a peça foi editada pela Metropolis (Antuérpia-Bélgica), no ano seguinte, por
Victor van Puijenbroeck. Embora nascido na Bélgica, Bosmans fixou residência em
Belo Horizonte e contou com um grande amigo, Júlio Borges, bancário, compositor
e violonista diletante, que o ajudava a sanar dúvidas sobre as possibilidades
expressivas e/ou idiomáticas do instrumento.
SAIBA MAIS
PROGRAMA DO CONCERTO
Luyz de Narvaez (ca.1500-ca.1550)
- Canción del Emperador
- Diferencias sobre “Guárdame las vacas”
Johann Sebastian Bach
(1685-1750)
- Prelúdio, BWV 998
- Prelúdio, BWV 999
Fernando Sor (1778-1839)
- Menuetto, op. 25
- Rondo, op. 22
Agustín Barrios (1885-1944)
- El Ultimo Trémulo
- Madrigal (Gavota)
Arthur Bosmans (1908-1991)
Brasileiras
- Modinha
- Toada
- Ponteio
Carlos Alberto Pinto Fonseca (1933-2006)
Sete Estudos Brasileiros
- Estudo nº 2
- Estudo nº 3
- Estudo nº 6
Aníbal Augusto Sardinha - Garoto (1915-1955)
- Festival Ary Barroso
“Celso
Faria é um grande violonista e pesquisador fora de série. Posso dizer isso
confortavelmente, pois sua pesquisa sobre minhas edições para violão foi de uma
sutileza e perspicácia sem limites. As suas apresentações no “Festival Vale do
Café”, com um repertório diversificado mostram até que ponto suas qualidades de
músico e sua integridade como pessoa são reconhecidas e aplaudidas pelo
público. Na atual gravação, o enriquecimento do repertório do violão será
enorme, com obras de Carlos Alberto Pinto Fonseca e Arthur Bosmans,
interpretadas com brilho e entusiasmo, qualidades inerentes ao violão de Celso
Faria”
(Turíbio Santos, violonista, compositor e
musicólogo)
“É um marco na trajetória de
Celso Faria, em prol da música brasileira. Aqui se evidenciam as qualidades do
intérprete, mas vale ressaltar que o violonista mineiro, ao longo de mais de
duas décadas de exaustiva e laboriosa pesquisa, passou a ser o detentor de um
acervo pessoal de cerca de três mil obras para o seu instrumento, acervo ao
qual recorrem músicos dos quatro cantos do mundo. A escolha do repertório, das
mais felizes, homenageia os compositores e reaviva a memória de dois artistas
que deram contribuições das mais significativas para a música nas Minas Gerais
e no Brasil”.
(Oiliam Lanna, maestro e
compositor, discípulo de Bosmans e amigo de Fonseca)
CELSO FARIA - TRAJETÓRIA COMPLETA
Celso Faria nasceu em
Passos (MG), em 1979 e iniciou seus estudos musicais de maneira autodidata aos
dez anos de idade. Em 1994 ingressou no “Curso de Formação Musical” da Escola
de Música da UFMG, estudando na classe do professor José Lucena Vaz. Obteve o
título de bacharel em violão na mesma instituição sob a orientação do professor
Fernando Araújo. É especialista em Música Brasileira - Práticas Interpretativas
- pela Universidade do Estado de Minas Gerais e Mestre em Performance Musical
pela Universidade Federal de Minas Gerais. Também foi aluno de violão de Beto
Davezac na Fundação de Educação Artística (Belo Horizonte) e de música de
câmara de Norton Morozowicz na UERJ (Rio de Janeiro).
Celso Faria obteve
várias premiações, dentre elas: menção honrosa no “VII Concurso Nacional de
Violão Souza Lima” (São Paulo, 1996), vencedor do “IX e XIV Concurso Jovens
Solistas” da Escola de Música da UFMG (Belo Horizonte, 1998 e 2004), vencedor
do “III e IV Concurso Jovem Músico BDMG” (Belo Horizonte, 2002 e 2003),
vencedor do “Concurso Bianca Bianchi” (Curitiba, 2003), vencedor do concurso
“Música da Universidade para a Comunidade” (Belo Horizonte, 2003), vencedor
local do “I Concurso Furnas Geração Musical” (Belo Horizonte, 2004) e
semifinalista do “II Concurso de Violão Fred Schneiter” (Rio de Janeiro, 2005).
Com uma destacada
atuação como recitalista de violão solo, integrante em diversificadas formações
camerísticas ou, ainda, como solista orquestral, o número de obras a ele
dedicadas, encomendadas, transcritas ou arranjadas já superam 130 títulos.
Celso Faria gravou diversos programas de rádio e televisão e foi responsável
também por várias primeiras audições. Da sua produção fonográfica/audiovisual,
relacionamos os seguintes cds: Romancero Gitano, com o Coro Madrigale (selo
independente, Belo Horizonte, 2006); 100 anos de Arthur Bosmans (selo “Minas de
Som”, Belo Horizonte, 2011); o dvd que acompanha o livro Caminhos,
encruzilhadas e mistérios de Turíbio Santos (selo “Artviva”, Rio de Janeiro,
2014).
Manhãs Musicais apresenta
CELSO FARIA
Concerto e lançamento do CD “RECITAL MINEIRO”
22 de setembro, domingo, 11h
Sala Sergio Magnani da Fundação de
Educação Artística
Rua Gonçalves Dias, 320 – Funcionários –
Belo Horizonte – MG
Ingressos: R$30 (inteira) e R$15 (meia)
Informações adicionais: (31)3226-6866
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