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19 de jul. de 2012

EFICIÊNCIA ESPECIAL – 1 ANO DE VIDA!

Inclusão, sempre! Nesta quinta-feira, dia 19 de julho, o Blog “Eficiência Especial” (www.eficienciaespecial.blogspot.com), espaço virtual que celebra a inclusão de deficientes - criado e coordenado pela jornalista Márcia Francisco (BH/MG), completa 1 ano de vida. Para comemorar, ganhou marca criada pelo chargista Duke e tema musical desenvolvido pelo cantor e compositor Sérgio Moreira, ambos, voluntariamente, em boa compreensão da causa e ação sem fins lucrativos.
A logomarca: o chargista Duke (MG) escolheu uma forma sutil para tratar o tema. “Usei um quebra cabeça, em cada um há uma peça faltando, simbolizando a deficiência. Por último um coração sem nenhuma peça faltando, simbolizando a solidariedade completa.”
O tema: o cantor e compositor Sérgio Moreira (MG) abordou o tema com total sensibilidade e sentido de inclusão possível, em letra e música: “Superar/ incluir/ entender e abraçar/ aceitar a vida/ prosseguir/ depende de todos nós./ Todo dia é dia de viver/ toda hora é hora de pensar/ Às vezes não podemos escolher/ Mas sempre podemos participar/ Eficiência especial depende de nós/ da forma que acolhemos nosso igual”
Disponível para ouvir em: http://soundcloud.com/m-rcia-francisco/eficiencia-especial-jingle-by

Eficiência Especial,
por Márcia Francisco
“Há quatro anos me responsabilizei com a causa da inclusão de portadores de deficiência. Durante 3 anos, fui diretora de Comunicação e Ação Social, voluntária, de uma equipe paralímpica, o que me despertou para a realidade dos que transformam barreiras em superação. Os atletas paralímpicos em sua lida diária, longe de qualquer proposta de auto-piedade nos dão verdadeiras aulas de superação. Não sou portadora de necessidades especiais, mas, entendi, que a causa da inclusão tem valor universal, é apartidária e hoje é minha bandeira, de coração. Em julho de 2011, criei o Blog Eficiência Especial, que hoje já conta com aproximadamente 25 mil visitas.
O Blog nasceu para valorizar a importância da inclusão. A proposta é, através das publicações partilhadas, ser ponte e estabelecer um contato com a realidade diária dos portadores de necessidades especiais, seja por deficiências físicas, mentais, visuais ou qualquer tipo de barreira, temporária ou não. O olhar é para a aula de superação possível que recebemos dessas pessoas que, superando as limitações, tornam-se eficientes especiais, acredito nisso.
Hoje, mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo convive com algum tipo de deficiência. Isso significa algo próximo de 15% da população mundial. Só no Brasil, 45,6 milhões de pessoas possuem algum tipo de deficiência. Isso representa quase ¼ da população do pais. São dados do IBGE, de 2010. Além disso, outro dado forte: a cada dia, 500 brasileiros tornam-se pessoas com deficiência, vítimas de acidentes, questões relacionadas ao envelhecimento da população, desastres naturais, uso e abuso de drogas, entre outras causas. Há muito tempo, os deficientes deixaram de ser apenas: o aleijado da esquina, o ceguinho da porta da igreja, o filho surdo da dona maria, o “pinel” da família do Seu José. Agora há casos bem próximos, que nos convidam a criar condições de acessibilidade, trabalho, melhor convivência nas famílias: inclusão. Muitos se tornaram deficientes após longa história de vida, trabalho. Temos pessoas com deficiência que já eram, por exemplo, profissionais em várias áreas de atuação. A deficiência ultrapassa questões econômicas, camadas sociais e intelectuais.
A inclusão social, digital e paradesportiva nos apresenta novas perspectivas de vida integral, dignidade e respeito ao ser humano. São muitos os exemplos pessoais e coletivos públicos e privados. E, muitas são, as iniciativas em prol da justa inclusão dos portadores de deficiência, em todos os âmbitos. A acessibilidade também precisa se tornar uma realidade concreta. Há muito o que fazer e há muito sendo feito. “Eficiência Especial” quer compartilhar essas ações e constatar necessidades.
Ganhando espaço necessário no mundo inteiro, a pessoa portadora de deficiência, tem se tornado centro de atenção de inúmeras iniciativas públicas e privadas. ONGs, associações de bairro, grupos de familiares, profissionais de esporte, arte, cultura e outras áreas valorizam a inclusão. Leis tem sido criadas para determinar questões de acessibilidade, mobilidade, possibilidade de trabalho e atuação cidadã em caráter de igualdade de direitos.
Alguns documentos surgiram nesta última década com o intuito de organizar ações e promover a dignidade integral dos deficientes.
Em 2006, foi adotada a Convenção dos Direitos da Pessoa com Deficiências (CRPD – sigla original). Essa convenção tem como objetivo “promover, proteger e assegurar o gozo integral e igual de todos os direitos humanos e liberdades fundamentais por todas as pessoas com deficiência, e promover o respeito por sua dignidade inerente”
Em seguida, celebra-se o Relatório Mundial da Pessoa com Deficiência, que reúne as melhores informações científicas disponíveis sobre as lacunas para melhorar as vidas das pessoas com deficiência e facilitar a implementação da CRPD. Seu objetivo é:
- prover aos governos e à sociedade civil uma análise abrangente sobre a importância da deficiência e as respostas oferecidas, baseadas nas melhores evidências disponíveis e recomendar ações em nível nacional e internacional.
Então, o relatório, que faz recomendações para iniciativas nos âmbitos local, nacional e internacional chega como ferramenta valiosa para os responsáveis pela elaboração de políticas públicas, pesquisadores, profissionais de medicina, defensores e voluntários envolvidos à questão.
Em 2011 a Organização Mundial de Saúde concedeu os direitos da tradução em português à Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência de São Paulo: única responsável pela exatidão da edição em língua portuguesa.
Esses documentos chegam transformando padrões de séculos.
Iniciativas na política, também, têm sido tomadas, para a inclusão. Criação de secretarias especiais para assuntos relacionados à deficientes, conselhos... Pessoas com deficiência, hoje já nos representam em poderes públicos. Temos exemplos como a deputada federal Mara Gabrilli. Aqui em Minas Gerais, o deputado estadual Walter Tosta, o vereador Leonardo Mattos, em BH, e outros tantos, que defendem não só causas relacionadas a deficientes, mas, também, outras tantas, exercitando claramente sua capacidade de inclusão.
Em 2011, o Governo Federal apresentou algo novo e significativo, que eu diria ser um pontapé inicial contemplando a questão. O governo brasileiro lançou o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência – vigente de 2011 a 2014. O plano tem 4 pilares: acesso a educação, inclusão social, atenção à saúde e acessibilidade.
Cada um deles, se bem olhado, realmente, fará a diferença. Mas, ainda temos muito que avançar.
Aos poucos, vamos tomando conhecimento de realidades específicas de pessoas, grupos e até cidades, que estão fazendo a diferença.
Um exemplo é a cidade mineira de Uberlândia Reconhecida pelas Nações Unidas, em 2010, como um dos cem exemplos do mundo em boas práticas de garantir o direito de ir e vir aos cidadãos, a cidade também é apontada pelo governo federal como modelo para o país. Vejam que maravilha: Há cerca de dez anos, graças à criação de leis e de órgãos de fiscalização, nenhuma obra de uso coletivo sai do papel sem que haja um projeto de acessibilidade.
Mais detalhes sobre estas ações, estão disponíveis no nosso blog.
Fechando esta reflexão, me permito citar o astrofísico Stephen Hawking que, inclusive, foi o responsável pelo preâmbulo ou texto de abertura, do Relatório Mundial Sobre a Pessoa com Deficiência:
“Temos a obrigação moral de remover as barreiras à participação e de investir recursos financeiros e conhecimentos suficientes para liberar o vasto potencial das pessoas com deficiência. Os governantes de todo mundo não podem mais negligenciar as centenas de milhões de pessoas com deficiência, cujo acesso à saúde, reabilitação, suporte, educação e emprego tem sido negado, e que nunca tiveram a oportunidade de brilhar.” (Stephen Hawking, que durante quase toda sua vida sofreu de doença do neurônio motor)
Convido você a contemplar a inclusão:
http://www.eficienciaespecial.blogspot.com/
Siga o blog, compartilhe, curta a página no facebook! (www.facebook.com/eficienciaespecial)
Grata aos leitores e aos parceiros de causa que tem tornado esse portal de informação possível.”
Márcia Francisco

14 de fev. de 2012














(descrição foto: dança das muletas, imagem do solista Dergin Tokmak, em soo sobre muletas, pernas "em vôo" - foto: David Brown)

Em uma floresta profunda, no cume de um vulcão, existe um mundo extraordinário onde tudo é possível.” Este é o cenário mágico de Varekai, criado e dirigido por Champagne, que traz no seu curriculum a glória de escrever e dirigir The Beatles – LOVE. Varekai (pronunciado ver•ay•’kie) significa “onde quer que seja” na linguagem cigana, os eternos viajantes já foi assistido  em mais de 15 países ao redor do mundo. A turnê veio ao Brasil, apresentada por American Express® Membership Cards, com o patrocínio exclusivo  do Bradesco e a realização da TIME FOR FUN.
Tudo que se diga a respeito do Cirque du Soleil pode ser redundante.
Impecável, sempre, toda e qualquer performance nos remete a um universo de sonhos.
Com Varekai não é diferente. Um  mergulho no mundo da fantasia e a concretização do que parece impossível, ver o homem voar!
É assim que os artistas acrobatas deslizam pelo céu da tenda do Cirque. Leves, quimeras esbanjando talento e técnica, fruto de esforços incansáveis em benefício da arte e da superação de limites. Teatro, dança e música, se integram em harmonias indizíveis.
Iluminação perfeita, som translúcido. As vozes dos solistas, o coro e instrumental puramente celestiais. A tecnologia atual, a técnica apurada com ousadia, e a instigante garra dos artistas se funde à delicadas  interferências que reverenciam a origem do circo e suas tradições, com um humor agradável e leve em um espetáculo dinâmico, que prende o olhar do início ao fim, sem buracos, redondo.
A equipe é internacional, representando 25 nacionalidades: Canadá, Estados Unidos, Rússia, Austrália, Espanha, China, Itália, Ucrânia, Reino Unido, Brasil, Alemanha, Georgia, Azerbaijão, Bielorrúsia, França, Casaquistão, Holanda, Argentina, Bélgica, Hungria, México, Nova Zelândia, Sérvia, Suécia e África do Sul.
Esta miscelânea de origens faz com que o revezamento dos personagens em cena se torne ainda mais fascinante, ainda que a história não venha segmentar as nacionalidades, mas, as faces e tipos físicos nos transportam para outras essências que, certamente, estão impressas na estrutura de cada artista, em alquimia alma+transpiração.

O VALOR À INCLUSÃO
"Que as pessoas possam ver que nenhum obstáculo é grande demais ou demasiado restritivo para dançar. A minha mensagem como artista é mostrar ao mundo que há uma alma criativa em todos, com ou sem uma deficiência." (Dergin Tokmak)
Navegando pela internet você terá sinopses, comentários e críticas sobre o espetáculo, por isso, nem me atrevo a faze-los. Mas, um aspecto especial me encantou em particular e, certamente, é ponto alto do espetáculo para todos que o virem.
Trata-se do “Solo on Crutches” – a dança das muletas. Momento digno de aplausos e respeito pela atenção do Cirque à inclusão de portadores de deficiência - aspecto que se torna secundário, diante do talento tão capaz do solista.
O Solo em muletas é a criação de Bill Shannon artista performático "o CrutchMaster", que é conhecido por sua "técnica de Shannon" de dançar de muletas. Esta técnica é uma mistura de skate e estilos de dança de rua com o uso de muletas axilares modificados.Shannon foi diagnosticado com doença de Legg-Calve-Perthes (uma condição dolorosa que afeta o desenvolvimento dos quadris), aos 5 anos. Ele foi originalmente solicitado a realizar em Varekai, mas recusou. Porém, concordou em coreografar uma dança em seu estilo para o show.  
A versão original de Varekai traz uma dançarina sem necessidades especiais. No entanto, atualmente, o espetáculo conta com o talento digno de Dergin Tokmak.
“Dergin Tokmak nasceu 26 de dezembro, 1973 em Augsburg, Alemanha. Dergin contraiu poliomielite com 1 ano de idade e  perdeu o controle de sua perna esquerda e algum do controle do seu direito. Ele passou grande parte de sua infância em hospitais alemães submetidos a tratamentos para tentar restaurar a plena utilização de suas pernas, sem sucesso. Sempre um sobrevivente, Dergin aprendeu a andar em suas mãos. Aos 12 anos, Dergin assistiu ao filme  "Breakin '". Cerca de dois terços do filme é um solo executado por Eddie "Handyman" Rodriguez, um dançarino que não tem nenhum uso das pernas. Dergin inspirou-se na dança para aperfeiçoar o seu próprio estilo de dança com muletas.
Com o tempo tornou-se Dergin imerso na cena da dança break e HipHop na Alemanha.
No começo, ele dançou em clubes de jovens e estúdios de dança. Como todos os breakdancers, ele tomou um nome de rua: "Stix". Em 1990 formou sua primeira Dergin HipHop grupo de dança, (Da Funk funk nação unida krew) com oito pessoas
Dergin  ficou em primeiro lugar num concurso europeu dança de rua em 1993. Durante 1994 e 1995, ele viajou para FILA e Champion. No ano seguinte ele atuou em programas de televisão na Alemanha e Suíça. Então, uniu-se ao C-Block, um grupo de HipHop comercial para uma turnê de um ano da Europa em 1998. Ele foi para os EUA, em 2001, para as férias de primavera em Daytona, onde dançou e fez um trailer para a TV Entertainment Television rede Negro” (fonte: http://derginflies.org)
Entrega, dedicação e exercício contínuo. E então, veio o Cirque du Soleil, onde a dedicação precisa ser ainda mais intensa, a entrega necessária  e, certamente, o artista que permanece, encontra sua missão.
A Dança das Muletas e o solo de Dergin nos convidam a olharmos para nossa capacidade de superação, em todas as áreas. A dedicação, coragem e o tempo transformam qualquer realidade para melhor, sempre.
Um vôo pássaro em sonho de um Ícaro sem asas, que de repente brilha eternizando sua presença. Algo nesta cena, toca o sagrado e me recolho na reflexão e aplausos para  mais este exemplo de superação. Aqui, já não se trata mais de deficiências ou aspectos físicos, através da dança, contemplamos o Ser. Fiquem com ela. Encantada.
Márcia Francisco (fevereiro de 2012)
(segue: video com a Dança das Muletas e o solo de Derek)