5 de jun. de 2017

Juca Ferreira assume a gestão cultural de BH


Juca Ferreira - foto: Rodrigo Clemente

O sociólogo e ex-ministro da Cultura, Juca Ferreira, vai assumir a gestão cultural de Belo Horizonte. O anúncio foi feito após reunião entre ele e o prefeito Alexandre Kalil, ocorrida na Prefeitura, na tarde desta segunda-feira, dia 5. Segundo o ex-ministro, que também foi secretário executivo do Ministério da Cultura durante a gestão do ministro Gilberto Gil, assumir o trabalho junto à cultura em Belo Horizonte será um desafio muito importante para a sua trajetória. “Fiquei muito honrado com o convite do prefeito. Belo Horizonte é uma das três capitais mais importantes sob o ponto de vista cultural, econômico e político, portanto é um trabalho de uma grandeza enorme. Fui secretário de Cultura de São Paulo em um momento em que era preciso desenvolver uma secretaria e políticas culturais em uma cidade muito complexa. Belo Horizonte é uma cidade singular, mas coloco, em nível de grandeza, no mesmo patamar que São Paulo”, disse Juca, destacando ainda que a Prefeitura de Belo Horizonte está dando um passo importante no sentido de valorizar a atividade cultural. “No momento em que muitas cidades, muitas capitais e o próprio Governo Federal estão enfraquecendo a gestão cultural, vejo que o prefeito de Belo Horizonte vai se tornando a grande liderança no sentido de que cultura tem que fazer parte do desenvolvimento do país e de cada uma de suas cidades e estados. Eu acho que ele vai passar a ser uma referência nesta direção”, explica.

Juca Ferreira assume a presidência da Fundação Municipal de Cultura enquanto o projeto que recria a Secretaria Municipal de Cultura espera aprovação da Câmara Municipal.

Acostumado à grande variedade de manifestações culturais, que teve acesso em todo o período em que esteve no Ministério da Cultura, Juca Ferreira diz se sentir à vontade para dialogar com o setor cultural e com agentes de todas as áreas. “Tudo é especial em Belo Horizonte. A abordagem correta na gestão cultural é tratar a cultura na sua amplitude. Tem um conjunto complexo que é preciso ter abrigo e acolhida na secretaria. Eu pretendo fazer isso com os artistas, produtores culturais e com todos os que fazem cultura. Para mim, todas as áreas são importantes. Minas e particularmente Belo Horizonte têm um patrimônio importante, a área artística também. Entendo que o poder público não faz cultura. O nosso papel é dar as melhores condições, sob todos os aspectos, para que a cultura se desenvolva, os artistas produzam e as manifestações culturais tenham suporte na secretaria. Este conjunto complexo é fascinante e a possibilidade de contribuir é mais fascinante ainda”, finaliza o novo presidente da Fundação.
Juca Ferreira é sociólogo com trajetória profissional dedicada à vida política e às ações culturais e ambientais. Foi líder estudantil secundarista, chegou a ser eleito presidente da União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (UBES) no dia em que foi decretado o AI-5. Após dois anos deixou o curso de História da Universidade Federal da Bahia e ingressou na resistência ao regime militar. Passou nove anos exilado no Chile, na Suécia e na França. Estudou Línguas Latinas na Universidade de Estocolmo, na Suécia, e Ciências Sociais na Universidade Paris 1 - Sorbonne, na França, onde se formou. Foi vereador em Salvador, Secretário do Meio Ambiente do Município de Salvador, vice-presidente da Fundação OndAzul e representante da sociedade civil na elaboração da Agenda 21 Nacional.
Por mais de cinco anos foi Secretário Executivo durante a gestão de Gilberto Gil no Ministério da Cultura e, em 2008 assumiu o cargo de Ministro de Estado da Cultura.
Durante os anos de 2011 e 2012 esteve embaixador especial na Secretaria Geral Ibero-Americana, em nome de quem coordenou a realização do Ano Internacional dos Afrodescendentes.
Entre 2013 e 2014, Juca Ferreira ocupou o cargo de Secretário de Cultura do Município de São Paulo.
Reconduzido ao cargo de Ministro de Estado da Cultura do Brasil de janeiro de 2015 a maio de 2016
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