11 de jul. de 2023

A ARTE DE TINO GOMES NO JARDIM MUSICAL


 


O Jardim Musical recebe o músico, compositor e ator, Tino Gomes. Este multiartista e aclamado embaixador da Cultura do Norte de Minas, que celebra 50 anos de careira, realiza um show intimista de voz e violão.  Será um passeio pelos seus 17 discos e muitos “causos” especiais.   Sua história passa pelo Teatro, Rádio, Cinema e TV, com novelas e tanto mais.  Em seus discos ou dividindo palcos, Tino já teve como parceiros, Ivan Lins, Flávio Venturini, Nivaldo Ornelas, Elza Soares, Gorete Milagres, Beto Guedes, Milton Nascimento, Marcus Viana e Jackson Antunes, entre outros.

 O show  será no dia   20 de julho, quinta-feira, às 20h, na Casa Belloni (Av. João Pinheiro, 287 - BH - MG).

O evento realizado pela Casa Belloni (de Íris Perigolo e Bárbara Belloni) e Márcia Francisco, com curadoria e produção da jornalista, terá o Jardim é aberto a partir das 19h. Show com início às 20h e término às 22h.  O bistrô estará em funcionamento. 

Os ingressos: R$60,00 (sessenta reais), para o evento já estão à venda pelo Sympla:

https://www.sympla.com.br/tino-gomes---jardim-musical---casa-belloni__2064953

 

TINO GOMES – QUANDO O REGIONAL SE TORNA UNIVERSAL

Falar de Tino Gomes é falar de um universo de talento e criatividade. Multiartista que é, fica impossível rotulá-lo e colocá-lo em um único lugar.

Para descrever tanto talento, expressado de diversas formas, em 50 anos de carreira, o único jeito é falando das suas atividades em separado, já deixando claro que, na prática, tudo sempre aconteceu simultaneamente na carreira deste mineiro que adotou, como lema, a frase "Sou mineiro e falo um tal de Minerês”.

 

Música x Teatro

Desde criança, Tino já tocava violão. Dos 10 aos 16 anos, quando foi seminarista, cantava no coro e, no teatro no seminário, atuava em dramas e comédias. Nessa época, viajava de trem com a Companhia apresentando as peças, nos cinemas das cidades do sertão do Norte de Minas.

 

Após 6 anos, desistiu da carreira de seminarista e, em Montes Claros, sua terra natal, ainda adolescente, montou sua primeira banda de rock, “The Wilds”, onde se apresentava em bailes da cidade.

 

Sua história musical profissional deu seus primeiros passos em 1972, a partir dos palcos da peça "Morte e Vida Severina", em São Paulo, quando, então, junto com mais três atores (Charles Boavista, Angela Linhares e Eliane Steves) fundou o “Grupo Raízes”, cuja proposta era fortalecer a música regional do Brasil. O primeiro disco do grupo tinha como carro chefe a música "Desentoado" ("...eu sou fruta do norte, no curral sou boi de corte; sou água de enxurrada, pau preto no pé da serra...") de autoria de Tino Gomes e Charles Boavista, sendo tocada em todo o território nacional. Essa era a época efervescente da música regional brasileira, quando então surgiram vários grupos conhecidos, tais como Quinteto Violado, Banda de Pau e Corda, Quinteto Armorial, Novos Baianos e outros.

 

Em 1975, de volta a Montes Claros, Tino Gomes retornou ao Grupo Folclórico Banzé. Atuando como músico e dançarino, participou de vários festivais, nacionais e internacionais, representando a cultura e a tradição do norte de Minas. Em 1978, formou o grupo “Terno de São Benedito” e gravou seu primeiro disco solo "Saudação", que teve como produtor e diretor musical o cantor e compositor Ivan Lins.

 

A partir daí, foram dezessete discos gravados e mais de quinhentos jingles e trilhas para comerciais. Em discos e dividindo palcos, Tino Gomes já teve, como parceiros, Ivan Lins, Flávio Venturini, Nivaldo Ornelas, Elza Soares, Gorete Milagres, Beto Guedes, Milton Nascimento, Marcus Viana, Jackson Antunes e outros.

 

Durante todos esses anos, a carreira de ator não ficou para trás. No cinema, trabalhou em vários filmes, entre eles o premiado filme de Carlos Alberto Prates “Minas Texas”, ao lado de Andréa Beltrão, José Dumont e Tony Ramos e remake “Meu Pé de Laranja Lima”, do diretor Marcus Bernstein. Também contracenou com o ator João Miguel no filme “Matraga - A hora e vez de Augusto Matraga”, do diretor Vinícius Coimbra.

 

Na televisão, foi apresentador de dois programas em BH: o irreverente “Brechó do Troca-Troca” e o “Programa Clandestino”. Também participou das novelas globais “Caminho das Índias”, “Malhação”, “Orgulho e Paixão” e da minissérie “A Cura”.

Em 2009 esteve em cartaz no Teatro Clara Nunes/RJ, com o musical “Um lugar chamado recanto”, de Fred Mayrink. Atuando ao lado de Nivea Stelmann, Cláudio Galvan e Ronnie Marruda, Tino foi, também, o responsável pela preparação musical de percussão dos atores.

Sua discografia (17 álbuns) celebra, agora, recém-lançado “Catrumano” (2023), que chega aos 50 anos de carreira do artista.

 

 

Público Infantil

Seu primeiro contato com as crianças foi ainda em São Paulo, em 1972, quando trabalhou como ator em peças infantis, como “O Palhaço Imaginador” de Ronaldo Ciambroni, no teatro Treze de Maio.

De volta a Montes Claros, Tino Gomes lecionou no Conservatório Lorenzo Fernandes, ministrando aulas de violão, musicalização e prática de conjunto para crianças.

Já morando em Belo Horizonte, a convite da Editora Lê, Tino escreveu “Festança”, seu primeiro livro infantil, ilustrado por Denise Rochael. “Festança” é uma colcha de retalhos de estórias infantis vividas no Norte de Minas. Para divulgação do livro, musicou algumas estórias e, juntamente com a equipe da Editôra Lê, se apresentou em escolas da capital e do interior de Minas, contando e cantando essas estórias para as crianças.

Com o sucesso do livro, Tino escreveu “A Magia do Signo”, também com desenhos de Denise Rochael. Um livro cheio de humor, onde brinca com as datas e os signos do zodíaco.

Dois anos mais tarde escreveu o livro, “O Menino e o Tempo”, desta vez, para a Editora do Brasil, com ilustrações de Marilda Castanho. O livro conta a história de um menino que passa a vida procurando saber o que há atrás de uma montanha onde nasce o sol. De tão preocupado com este fato, não percebe que sua vida passou rápido e já está velho.

Tino Gomes, então, escreveu “Camundongo’s Rap”, com ilustrações de Denise Rochael. Livro alegre, conta a estória de um ratinho cantador de hip hop que, junto com sua turma de amigos, vive provocando um gato. Este livro teve várias edições e, em 2011, o texto foi adotado pela FTD, integrando seus livros didáticos.

“O universo lúdico da criança me fascina. Sempre tive muita facilidade em lidar com crianças e, escrever para elas, é um presente para mim. Uma verdadeira válvula de escape no meio da seriedade do dia-a-dia”, diz Tino.

Seu próximo trabalho, em andamento, é o livro “Grupo Raízes, uma História Novelesca” onde revisita toda a trajetória desse grupo super importante na cena musical brasileira nos anos 70. Nos projetos futuros também está a produção de um Documentário, registrando toda sua trajetória artística pelas estradas de Minas e do Brasil. Um talento que despontou ainda criança e que continua a se recriar constantemente, a buscar novos caminhos e, principalmente, a aprender com os jovens. “Essa moçada está por aí fazendo coisas bacanas e eu tenho muito a ensinar e a aprender com eles”.

 

O Projeto Jardim Musical teve estreia memorável e promissora. Com número limitado de lugares, esgotados em poucos dias, a edição recebeu a música de Clóvis Aguiar e Célio Balona. O mesmo aconteceu as edições que receberam  Amaranto e Tabajara Belo, no show “Vinícius”, Tadeu Franco e Duo Serenata..  A constatação foi de uma experiência singular, na capital mineira: um espaço onde as pessoas já compreenderam o diferencial de viver instantes especiais em audição e escuta ativa de boa música, em experiência sensorial, para aguçar os sentidos, curtindo autores e interpretes qualitativos, com a possibilidade de apreciar boa gastronomia e conexões refinadas, em ambiente intimista e sofisticado.


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