O Cirque du Soleil volta ao
Brasil em 2019 com o espetáculo OVO,
dirigido por Deborah Colker, depois
de passar pela
América do Norte e Europa, nos últimos dois anos. Em curta temporada pelo país,
o show irá passar por Belo Horizonte, de 07 a 17 de março, no Ginásio Mineirinho; Rio de Janeiro de 21 a 31 de março, na Jeunesse Arena;
Brasília de 05 a 13 de abril, no
Ginásio Nilson Nelson; São Paulo de 19 de abril a 12 de maio, no
Ginásio do Ibirapuera.
Após emocionar
mais de 5 milhões de pessoas por todo o mundo, desde que estreou em Montreal em
2009 como um show de tenda, OVO embarcou em uma nova jornada. Realizando a
mesma produção cativante, apresentada de forma inédita no país em arenas, o
espetáculo dá a oportunidade para que pessoas de diversas capitais possam
assistir a um espetáculo do Cirque du Soleil.
A produção é
amplamente inspirada na cultura brasileira, repleta de cores e com uma trilha
musical bastante rica, passeando por ritmos típicos como a bossa nova, samba,
xaxado, funk, entre outros. Tudo, claro, com muita percussão.
OVO é apresentado no Brasil pelo Bradesco,
conta com o patrocínio de Café L’OR
e é realizado pela IMM Esporte e
Entretenimento.
SOBRE O
ESPETÁCULO OVO
Quando um ovo misterioso aparece em seu habitat, os insetos ficam
maravilhados e intensamente curiosos sobre esse objeto icônico que representa o
enigma e os ciclos de suas vidas. É amor à primeira vista quando um inseto
desajeitado e peculiar chega nessa comunidade movimentada e se depara com uma
joaninha fabulosa.
OVO é um mergulho em um ecossistema colorido e repleto de vida, onde
os insetos trabalham, comem, rastejam, flutuam, brincam, brigam e buscam pelo
amor em uma farra sem fim, cheia de energia e movimento. O universo dos insetos
é um mundo de biodiversidade e beleza, cheio de ruídos e momentos de emoção
silenciosa. O elenco de OVO é
composto por 50 artistas de 14 países, incluindo quatro brasileiros,
especializados em diversas acrobacias.
OVO transborda de contrastes. O mundo oculto e secreto aos nossos pés
é revelado de maneira tenra e tórrida, barulhenta e silenciosa, pacífica e
caótica. E quando o sol nasce em um novo e belo dia, o ciclo vibrante da vida
dos insetos recomeça.
OVO é um símbolo atemporal do ciclo da vida e nascimento de numerosos
insetos que sustentam a trama subjacente do show. Em sua criação gráfica, o
logotipo com o nome do espetáculo remete à figura de um inseto: As duas letras
“O” representam os olhos, enquanto da letra “V” saem duas pequenas antenas.
O Time Criativo por trás do mundo de OVO é: Guy Laliberté e Gilles
Ste-Croix (Guias Artísticos); Deborah
Colker, primeira diretora mulher no Cirque du Soleil (Autora, Diretora e Coreógrafa); Chantal Tremblay (Diretora de Criação); Gringo Cardia (Designer de cenário e adereços); Liz
Vandal (Figurinista); Berna Ceppas (Compositor e Diretor Musical); Éric
Champoux (Designer de Iluminação);
Jonathan Dean (Designer de Som) e,
pela primeira vez no Cirque du Soleil: Fred Gérard (Rigging e Designer de Equipamento Acrobático); Philippe Aubertin (Designer de Performance Acrobática); e
Julie Bégin (Designer de Maquiagem).
NÚMEROS DO
ESPETÁCULO
Ants
Os insetos mais trabalhadores da comunidade são as formigas vermelhas
brilhantes. Assim que acordam, passam a jornada recolhendo alimento. No
cardápio de hoje, kiwis e milho. Mas nem tudo é trabalho; elas também se
divertem. Deitadas de costas, usam os pés para equilibrar a própria comida ou
até mesmo outras formigas, em uma demonstração impressionante de malabarismo de
precisão.
Orvalho
Sobre caules esguios e gavinhas retorcidas de uma planta elegante, uma
libélula executa um gracioso número de parada de mão, transferindo o peso de
uma mão para a outra enquanto se mantém equilibrada no topo da folhagem, de
ponta-cabeça. A tarefa exige controle e força extraordinários.
Diabolôs
Manuseando em alta velocidade e com extrema segurança um jogo de
diabolôs (espécie de ioiô gigante que desliza sobre um fio preso a varetas), um
vaga-lume arremessa um, dois, três e, finalmente, quatro carretéis no ar e os
enlaça de volta em perfeita coordenação, num malabarismo aparentemente
impossível.
Creatura
Parte slinky (brinquedo
semelhante a uma mola) e parte inseto, a Creatura dita o seu próprio ritmo: é
um nó flexível e sinuoso, de membros alongados em constante movimento.
Web
Uma das aranhas engraçadas do show revela o seu lado sensual quando
atrai a atenção de um grupo de grilos ao entrelaçar o corpo sobre, sob e
através dos fios de sua teia. Logo, junta-se a ela uma deslumbrante aranha
contorcionista, que exibe o seu próprio feitiço sensual com um número de tirar
o fôlego.
Acro trio
Combinando elementos de dança, acrobacia, atletismo e pura agilidade,
três pulgas amarelas e vermelhas voam pelo ar e se juntam em formações
esculturais graciosas e perfeitamente equilibradas.
Slackwire
Em uma performance de difícil execução, uma aranha desafia a gravidade
e a física em uma sucessão de feitos aparentemente impossíveis de força e
equilíbrio ao atravessar um arame bambo. Em certo momento, seu corpo se inclina
a um ângulo de 45 graus em relação ao solo, que está cinco metros abaixo. O
número culmina com o artista andando de monociclo de ponta-cabeça. O arame se
move constantemente para cima e para baixo, aumentando o seu grau de
dificuldade.
Wall
Marca registrada da diretora Deborah Colker, este número apresenta uma
dúzia de artistas correndo, pulando e cruzando - de um lado para o outro e de
baixo para cima - uma parede vertical sem o apoio de cordas de segurança.
Colchões de ar e trampolins ajudam na aceleração, velocidade e impulso para
voar. A capacidade atlética, a força física e a coordenação do time cuidam do
resto.
Cocoon
Combinando agilidade e graça, esta futura borboleta exibe sua
metamorfose teatral em um número de contorção solo em tecido aéreo.
Scarabs
Em um número aéreo espetacular, um grupo de escaravelhos se lança
entre banquilhas (plataformas)
localizadas nas bordas e no centro do palco, em voos de seis metros de
distância.
Butterflies
Misturando mão-a-mão, balé e contorção aérea em um impressionante
número no ar, este par de Borboletas executa um pas-de-deux em correias aéreas que lhes permite rodopiar e
aterrissar, saltar e voar em perfeita harmonia.
PERSONAGENS
The Ladybug
A Ladybug (Joaninha) é grande e forte (embora não perceba) e cheia de
vida. Ao contrário de todos os outros insetos da comunidade, ela não faz parte
de uma família. Ela é sozinha e solitária e está secretamente esperando que
algo maravilhoso aconteça em sua vida - algo como o amor. Quando The Foreigner
chega carregando um estranho ovo, ela fica animada com a possibilidade de que a
sua vida - e a de todos os outros – esteja prestes a mudar.
The Foreigner
The Foreigner (O Estrangeiro) é uma mosca em constante movimento, com
muita vitalidade, carente de atenção, cheio de bravatas e de uma confiança
equivocada - algumas vezes é simplesmente maluco. A aranha sexy vê sua chance
de conquistá-lo se esvair quando ele se depara com a Ladybug pela primeira vez.
É amor à primeira vista!
Master Flipo
Master Flipo é o chefe da comunidade de insetos, talvez por ser o mais
velho. Ele é inteligente e sábio - mas excêntrico e bastante bobinho algumas
vezes. Toda a comunidade o respeita e gosta dele, mesmo sabendo que ele pode
ser um pouco idiota.
FIGURINOS
Cumplicidade com
o mundo dos insetos
Liz Vandal, a figurinista do OVO, tem uma afinidade especial com o
mundo dos insetos. "Eu sempre tive
paixão por eles", diz ela. “Quando
eu era apenas uma criança, colocava pedras ao redor do quintal, perto das
árvores frutíferas, e as levantava regularmente para observar os insetos que
haviam se instalado sob elas. Eu costumava acariciar lagartas e deixar as
borboletas entrarem na minha casa. Quando descobri que OVO seria inspirado em
insetos, imediatamente soube que estava na posição perfeita para prestar
homenagem a esse mundo majestoso com os meus figurinos”.
O trabalho de Liz tem um estilo marcante inspirado por super-heróis
futuristas e armaduras de todas as épocas. São estas duas fontes que impregnam
a criação de seus figurinos em OVO. Formas elegantes e looks alongados por
espartilhos são um aceno ao mundo dos super-heróis, enquanto a couraça
segmentada de parte do figurino combina materiais rijos e macios, como as
armaduras e as vestes dos cavaleiros da Renascença.
Evocação ao invés
de imitação
O primeiro desafio de Liz foi imaginar uma maneira de recriar os
insetos sem copiar sua anatomia real. “A
solução foi conectar-se com a sensação de estar cara a cara com uma aranha, uma
barata ou uma borboleta”, explica ela. “Então
desenhei imagens detalhadas que interpretavam suas morfologias. Por exemplo, calças
de renda cheias de veias evocam as asas da libélula, ao passo que o ferrão do
mosquito é representado por um ‘moicano’ de finos caules vermelhos. A ideia da
couraça também se tornou uma metáfora, uma vez que a palavra ‘inseto’ se refere
a ‘seções’. Essa revelação consolidou minha abordagem ”.
Orgânico /
Sintético
Liz contou com a vasta experiência e técnica da loja de figurinos do
Cirque para poder executar o trabalho. “Juntos,
desenvolvemos técnicas de plissagem de tecidos para criar músculos, volumes e
invólucros tridimensionais”, ela explica.
“O resultado é uma espécie de
origami orgânico. O exemplo mais óbvio disso é o figurino dos grilos. A equipe
também explorou as texturas de asas e arcabouços usando a técnica de sublimação
para poetizá-los e dar a eles uma textura evocativa”.
Em um jogo de cores e padrões, Liz implementou variações em um tema,
incorporando linhas finas nas formigas e grilos, e pregueou roupas
transparentes abstratas para as libélulas. Ela também usou materiais duros para
sugerir a armadura dos insetos e tecidos rendados para as asas e partes moles
de seus corpos. Para permitir que certos personagens, como o mosquito, se
movam, ela sobrepôs camadas de “cascas” que se abrem e fecham para revelar em
seu interior um corpo macio.
Grilos - símbolos
da colônia
Dez grilos formam o principal grupo de insetos do show. Às vezes, suas
pernas se afastam dos corpos dando a impressão de que há uma invasão de insetos
acontecendo. "Eu tenho uma queda
especial por esses personagens", diz ela, "porque seus figurinos são sexy, gráficos e vibrantes".
The Foreigner, personagem que surge logo no início de OVO, é uma mosca
em traje tradicional que só revela sua verdadeira natureza ao se apaixonar pela
Ladybug. Após a transformação, ele usa um figurino colante de espinhos. Sua
forma angulosa e esbelta contrasta com a silhueta arredondada da Ladybug.
Fontes de
inspiração
Liz Vandal inspirou-se em várias fontes, incluindo alguns designers de
moda, como Pierre Cardin - mestre das linhas gráficas e formas geométricas -,
bem como nas mangas com fendas da época da Renascença.
Liz e sua equipe utilizaram a técnica de pregas permanentes
desenvolvida pelo designer japonês Issey Miyake, que dá uma certa rigidez ao
material e cria um efeito orgânico. "Nós
avançamos ainda mais com a técnica", ela diz, "ao imprimir em materiais coloridos e
aquecendo e corroendo o tecido, não apenas para enrijecê-lo, mas também para
lhe dar um brilho metálico".
Alguns destaques
• A maioria dos personagens tem duas versões de figurinos: a primeira,
mais leve e funcional, para a performance acrobática; e a segunda, mais pesada
e rica em detalhes, para as cenas de vida na comunidade.
• Os figurinos iniciais dos grilos exigiram 75 horas de trabalho cada
um, por conta da sua complexidade e da necessidade de lhes dar rigidez, mas sem
reduzir a flexibilidade e a capacidade de expansão do material usado.
MÚSICA
Para criar a trilha musical de OVO, o carioca Berna Ceppas misturou
bossa nova, samba e xaxado a funk e electromusic,
entre muitos outros ritmos. E, como era de se esperar de um bom brasileiro,
recorreu a muita percussão. Sampleou sons reais de insetos para inserir na
música que compôs diretamente no teclado e, além disso, atribuiu instrumentos e
temas individuais a personagens específicos do show.
A banda de sete integrantes que executa a trilha ao vivo inclui um bandleader / baterista, um baixista e
contrabaixista, um percussionista, um violinista, uma instrumentista de sopro,
um tecladista, um guitarrista e, ainda, uma cantora.
Ao contrário dos musicais, onde o elenco segue o ritmo da música, no
Cirque du Soleil é a música que precisa se adaptar ao que acontece em cena.
Para isso, o líder da banda, músicos, cantores e equipe de som comunicam-se ao
longo de todo o espetáculo via fones de ouvido e microfones.
CENOGRAFIA
Criando um espaço
orgânico e interpretando a natureza
O designer gaúcho (radicado no Rio de Janeiro) Gringo Cardia
inspirou-se nas estruturas que certas espécies de insetos criam quando
estabelecem ninhos e colônias.
Parceiros de longa data, Gringo trabalhou com Deborah Colker em muitos
espetáculos de dança dirigidos por ela. A intimidade permite que nenhum dos
dois exerça a sua função isoladamente: ambos estão acostumados a opinar na área
do outro, numa troca intensa de ideias. Em OVO, ele contribuiu com conteúdo
para o roteiro e ela trouxe ideias para o cenário.
O cenário geral de OVO estiliza um habitat onde os insetos vivem - às
vezes uma floresta, em outras uma caverna, ou até mesmo uma casa. O objetivo de
Gringo era criar um ambiente orgânico que pudesse se transformar em muitos
outros lugares.
Os elementos de
cena: objetos gigantes em um mundo minúsculo
O show começa com um ovo gigantesco sobre o palco, encobrindo grande
parte da cena. Aquele misterioso objeto do mundo exterior é um inexplicável
enigma aos olhos dos insetos (e uma clara referência ao monolito do filme de
Stanley Kubrick, 2001, Uma Odisseia no
Espaço). Símbolo atemporal de fertilidade e renovação, os ovos reaparecem
de outras formas ao longo do show, como quando os insetos se reproduzem.
O maior elemento do cenário é a Parede, instalada ao fundo do palco.
Os artistas a escalam, desaparecem através dela e a usam como palco, tablado e
plataforma de lançamento.
O Cirque du Soleil trabalhou com a empresa 4U2C, do próprio grupo,
para integrar as projeções de todo o show. O registro em vídeo da floresta –
uma miniatura construída a partir de plantas reais sobre uma mesa de 7m de
comprimento por 2m de largura - consumiu mais de 40 dias de filmagens. Uma
equipe de 30 artistas esteve envolvida na produção do conteúdo. Apenas um
minuto do show não utiliza imagens projetadas.
Arte imitando a
vida
É quase impossível encontrar linhas retas no cenário. Fiel à
inspiração orgânica do show, a parede é curva, assim como o palco. Mas há uma
exceção: a teia da aranha. Teias de aranhas reais são feitas de linhas retas,
então este é um caso onde a arte imita a vida, num aceno à geometria. Para
tecê-la, foram usados fios sintéticos ultraresistentes.
Adereços gigantes
que evocam a natureza
Uma enorme flor mecânica de quase 10 metros surge no palco. A flor
desabrocha e se torna muito mais do que um suporte em grande escala: é um
personagem do show. Parte escultura, parte fantoche, parte robô, é mostrada do
ponto de vista dos insetos como um elemento imponente e inspirador de seu
ambiente.
Mastros enormes erguem-se acima do mundo dos insetos representando
caramanchões de flores. Os artistas os escalam e aparecem em vários níveis
acima do palco. Grande ou pequeno, baixo ou alto, afinal é apenas uma questão
de perspectiva.
Alguns fatos
• Foram fabricados palco e estrutura acrobática totalmente novos para
a turnê de OVO em arenas. Uma boa parte do projeto original teve que ser
adaptada por conta disso.
• A parede no fundo do palco mede 20m de largura por 9m de altura e
faz as vezes de tela gigante para as projeções usadas durante todo o show.
• No seu processo de remontagem, ao sair da grande tenda para o
formato de arena, o espetáculo ganhou novos números e a sua história original
sofreu uma pequena adaptação.
• O ovo inflável mede 8,5m de largura por 6,7m de altura.
• A estrutura acrobática está a 14m do chão e pesa quase 10 toneladas.
• O piso do palco é formado por 225 painéis.
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