Acontecerá no dia 1º de 
outubro, terça-feira, às 19h, a sessão solene especial da Academia 
Mineira de Letras – AML, em homenagem à memória do poeta Soares da 
Cunha. Com entrada franca, a celebração acontecerá no Auditório 
Vivaldi Moreira, da Academia Mineira de Letras (Rua da 
Bahia, 1466 – Lourdes -  BH – MG).  Esta é uma  tradição da Academia Brasileira de Letras, 
que o atual presidente da AML, Olavo Romano está restabelecendo e Minas,  com o 
objetivo de homenagear os acadêmicos falecidos e estreitar os laços das familias 
com a entidade. Por delegação do presidente da Academia Mineira de 
Letras, a homenagem foi especialmente organizada pela 
acadêmica Carmem Schneider Guimarães, com a participação de 
 familiares do escritor.   
Na programação, às 19h, abertura do evento pelo Presidente da 
AML, Olavo Romano; leitura: “Origem 
das Trovas”, pela acadêmica Elizabeth Rennó; oração laudatória ao poeta Soares da Cunha, pela acadêmica Carmen Schneider Guimarães; leitura: 
"Prefácio do saudoso acadêmico José 
Bento Teixeira de Salles ao livro Sonetos (de ontem)", do homenageado, em 
leitura de Aloísio Garcia; atos de saudade da família: 
apresentação de vídeos e fotos, com homenagem da filha Christiana Lobo em background 
do vídeo -  música composta para o pai. Execução de música por Beto 
Assumpção,  para o  soneto  Metempsicose,  de Soares da Cunha. Texto musicado por Jorge Novaes. 
Tela de Bax, que registra o rosto de Soares da Cunha, amigo 
pessoal do artista, ficará exposta no Auditório, durante a 
solenidade. 
PAI
letra e música: 
Christiana Lobo
Pai
Trova a 
dor
Trova a 
saudade
Em toda 
vida
Pesa a 
suavidade
Pai
Com tanta 
força
Trova 
alegria
Em boca  
roxa
De vinho, a 
euforia
Pai
Trova em 
som
Soneto em cada 
canto
Suas 
palavras
Tem tanto 
encanto
Pai
Trova o 
amor
Trova a 
justeza
Seja em qualquer 
andar
Olhar nosso à tua 
beleza
OSWALDO SOARES DA CUNHA
Oswaldo Soares da Cunha nasceu em Baguary, município de 
Figueira do Rio Doce, hoje Governador Valadares (Minas Gerais), em 25 de 
fevereiro de 1921. Filho de Octávio Soares 
Ferreira e Guiomar Soares da Cunha foi o primogênito de uma família de dez 
filhos.  Em 1934 veio para a capital estudar em regime interno no “Ginásio 
Arnaldo”, onde, logo ao chegar destacou-se como primeiro aluno do Colégio, 
conseguindo assim uma bolsa integral para o ano seguinte. Bacharel em Direito pela UFMG (1947), exerceu advocacia 
apenas por um ano em Governador Valadares.   
 Entretanto, tangido pelo calor da terra natal retornou a  Belo Horizonte. 
 Durante o governo do Presidente Juscelino Kubitschek foi 
oficial de gabinete do então Ministro da Educação Dr.Clóvis Salgado no Rio de 
Janeiro. Desta forma acompanhou a construção e a inauguração da nova capital 
Brasília. Posteriormente retornou a  Belo Horizonte tendo sido nomeado Inspetor 
de Ensino. 
 Teve 
a chance de ser grande amigo de personagens ilustres do cenário político  e 
literário Belorizontino. Dentre os amigos mais chegados citam-se José Ramos 
Filho, José Aparecido de Oliveira, Edison Moreira, Theódulo Pereira, Moacyr 
Andrade, Celso Brant, Prof. Mario Mendes Campos, Nilo Aparecida Pinto, Petrônio 
Bax. Tornou-se amigo de Tancredo Neves através de seu 
cunhado Oswaldo Guimarães Tolentino, colega de turma da faculdade e também 
grande amigo. Tomou gosto pelas trovas, num primeiro contato com esta forma 
literária a partir da leitura de “Meu coração em cantigas”, livro recém lançado 
na época pelo poeta capixaba Nilo Aparecida Pinto, de quem veio a 
ser grande amigo. 
Mais conhecido como cultor exímio da arte das trovas, foi também autor de poemas 
e sonetos, alguns dos quais figuram em antologias de poetas brasileiros. Como 
pensador e, tendo como vocação a habilidade para sintetizar idéias, publicou 
também livros de máximas.  Publicou seu primeiro livro de trovas aos dezoito anos: 
“Maria”. 
 Profundamente 
sensível, surpreendendo muitas vezes pelo temperamento irreverente, ingressou na 
Academia Mineira de Letras em 1975, pelas mãos do acadêmico Moacyr Andrade e com 
o apoio do amigo, poeta e já acadêmico também Edison Moreira, ocupando a cadeira 
numero dois.  Casado com Ivelyse Carmelita 
Sigismondi Lobo, desde 1950. Ivelyse, tornando-se artista plástica ilustrou 
alguns de seus livros. Teve cinco filhos: Bruno, Lenora, Rosana, Armando e 
Cristiana. Teve doze netos e sua décima segunda neta nasceu dois dias após sua 
passagem. Em 2009 é homenageado e recebe a Medalha Santos Dumont. Em 2011 recebe a Medalha da Inconfidência nas comemorações 
de 21 de abril em Ouro Preto. Falece a 30 de 
junho de 2013 em Belo Horizonte aos 92 anos. 
Publicações: 
1939 (?) - “Maria” – Trovas     
1941 -  “Sangue da Alvorada” - Poemas 
1943 – “Estrela Cadente” - Poemas 
1945 – “Rosa dos Ventos” - Poemas 
1950 – “Quadras” 
1952 – “Sonetos e Poemas” 
1955 -  “Canção dos condenados da mina” - 
Poemas 
1957 – “A Lua no Poço” - Trovas 
1961 – “Mínimas”
1969 - “Pastor de Nuvens” – Trovas 
             
1972 -  “Torre Sonora” - Trovas 
1984 – “Mínimas” - Pensamentos 
1993 -  “Livro das Trovas” - Coletânea 
2003 - “Trovas  de  Sêneca”      
2003 - “Mínimas” 
2009 – “Sonetos (de ontem)”
"Para Soares da Cunha, o maior dos trovadores 
brasileiros, inteligencia arguta, sensibilidade aprimorada e esmerada cultura, 
autor das "Minimas" em cujos conceitos identifiquei traços da filosofia 
pessimista e corrosiva de grande Chamfort, com a estima e a admiração de 
Tancredo Neves"  
(dedicatória de um presente de tancredo neves para 
soares da cunha, posteriormente impressa, por soares da cunha, na contracapa de 
seu livro mínimas)


 
 
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