19 de fev. de 2024

OLHAR DE UM VELHO LOBO

Capa e autor: foto Márcia Francisco 


No dia 9 de março, sábado, das 11h às 14h, acontece na Livraria da Rua (Rua Antônio de Albuquerque, 913 – Savassi – BH – MG), a manhã de autógrafos e lançamento do livro “Olhar de um velho lobo – relatos de uma vida que vale a pena”, de Eduardo Duarte.

“(...) recebemos, neste seu primeiro livro de poemas os traços da afetividade e emotividade advindas de sua mãe e compartilhadas também por seus cinco irmãos. O autor consegue traduzi-las em palavras embebidas em um lirismo contemplado e absorvido, principalmente, dos poetas do Clube da Esquina: Fernando Brant, Ronaldo Bastos, os irmãos Borges, Murilo Antunes, entre outros músicos que embalaram e embalam até hoje seus dias de lida e de sossego, no suave hedonismo dos velhos hippies que amam muito viver, mas viver em paz”

 (trecho integrante do Prefácio de “Olhar de um velho lobo”, por Márcio A. Lacerda Jr.)

Com quase 90 poemas, o livro de estreia do escritor Eduardo Duarte, mineiro de Nova Serrana, acabou por promover um encontro artístico singular. ‘’Olhar de um velho lobo” traz ilustrações em lápis de cor sobre papel, do respeitável artista Bene Rizzo, reconhecido entre mais de dois mil trabalhos, pela icônica abertura do programa “Os Trapalhões”, abertura da novela “Tieta”, do humorístico “Sai de baixo”, do infantil “Sítio do Pica-pau Amarelo” entre outros. 

A poética de Eduardo Duarte é lírica, leve, carregada de mineiridade e raiz. Sua essência é o amor, em suas mais diversas expressões. Esse sentimento exala através das palavras e nos permite, na universalidade dos versos, transitar por paisagens que se, por vezes, eram reais para Eduardo, tocam nosso imaginário e esbarram, vivas, em memórias possíveis e intenções originais. Sensibilidade à flor da pele e despojamento para, suavemente, traduzir em poética, uma alma intensa. É texto que atravessa o sentimento e alcança sem agredir.  Mesmo no que tange dores, medos, indignações... É como subir as montanhas de Minas, atravessar lagos, banhar-se em cachoeiras e caminhar, à luz de um candeeiro, por trilhas e estrada de chão, cruzar com sábias senhoras e sorver seus ensinamentos. Encontrar crianças brincando, descalças, cheias de vida, esperança e sopro de cata-vento. Depois, ouvir o apito de um trem e vê-lo, ao longe cortar o verde, sob a luz do sol. É dormir sob as estrelas, na solidão e no silêncio de integrar-se às origens e ao todo. Por fim, no topo da montanha, encontrar, sereno, um velho lobo que tudo viveu com integridade, entrega e verdades e, daquele lugar já sagrado pelo próprio palmilhar, reconhece sua grandeza e terras raras, observa o todo e abre o olho que tudo vê. Eduardo Duarte é pedra preciosa das Minas Gerais, desses diamantes coloridos que o garimpo da literatura encontraria ao despir-se da pretensão do esmero – e, contudo, encontrar essa veste. Enquanto “o corvo briga com o vento”, é o ser - falando de vida vivida ou do que se deseja. É “o amor transbordando poesia”.

Eduardo Duarte de Freitas

Nasceu em 06 de abril de 1965 numa pequena cidade do interior de Minas Gerais chamada Nova Serrana. Filho de André de Freitas e Rosina Duarte de Freitas é o terceiro filho de uma família de seis irmãos. 

Desde muito menino foi aprendendo os valores, sentimentos, sensações e prazeres que o interior mineiro ensina. Sentiu muito cedo as durezas que a política interiorana mineira aplicava às pessoas contrárias ao pensamento mandante. Foi embora de Nova Serrana, juntamente com a família, para Divinópolis, cidade onde seu pai, fiscal do estado, havia sido transferido.

Em Divinópolis assimilou o que de bom pairava no ar. O amor de um avô adotivo e de suas filhas maravilhosas; as novas e grandes amizades; as poesias de Adélia Prado; a sirene da antiga Rede Ferroviária Federal S/A - RFFSA; o barulho compassado do trem nos trilhos; os cinemas e as praças com o cantar dos pássaros.

Em novembro de 1973 perdeu o pai num acidente automobilístico. Perdeu seu melhor amigo, sua referência. Um ano depois a família voltou para Nova Serrana. Lá começou a trabalhar, ainda criança, pois queria ajudar a mãe na difícil tarefa de manter uma casa com seis filhos. Veio a adolescência, o ginásio, os namoros, as serenatas, a boemia, as descobertas da vida. A formação cada vez mais forte de suas ideias, da liberdade, do amor.

Anos passando, amores vindo, amigos e entes queridos indo cedo demais; reveses financeiros. Mas os sonhos, estes continuavam. 

Decepções foram muitas. Desilusões diversas. Mas a volta por cima sempre acontecia.

Mais alguns anos e Eduardo voltou a morar em Divinópolis. Entrou na faculdade já maduro. Novos amigos, amores. Em 2003 teve a maior emoção que um ser humano pode sentir. Nasceu seu primeiro filho, Rafael. 

Sua vida também foi marcada por alguns acidentes terríveis: 

Viajando em um pequeno avião, com quatro pessoas a bordo, a piloto, em uma aterrissagem desastrada, agravada pelas péssimas condições da pista, quebrou o trem de pouso da aeronave, e, após tentar arremeter novamente, a queda fora da pista foi inevitável. Só restou à piloto e aos passageiros agradecer pelo milagre de estarem vivos;

Em um sítio, para solucionar a falta de água era preciso levar uma mangueira até a caixa d’água, assentada a dez metros de altura. Eduardo, com a mangueira, subiu os pequenos grampos incrustados na estrutura, que serviam como degraus. Quando estava quase alcançando seu objetivo se desequilibrou e caiu. Para piorar, o chão era de cimento. O estrago físico foi grande, quase fatal;

No final de 2005 foi acometido por uma meningite bacteriana, passando maus momentos na recuperação.

Sabemos que o “Gato” tem sete vidas, mas o “Lobo”... com certeza tem mais de três.

Em 2007 a alegria inundou sua vida com o nascimento de sua filha Maria Eduarda.

Os anos se passam movimentados com aventuras, negócios, novos aprendizados e uma imensa vontade de compartilhar com todos as experiências e os sentimentos que teimavam em transbordar de sua alma. A poesia foi o caminho natural para escoar suas ideias. Estava nascendo um grande poeta.

Casou-se em 2016 com Daiane.

Em 2017 uma nova explosão de alegria invadiu seu lar ao nascer sua filha Júlia.

O ano de 2022 vai ocupar um lugar de destaque em sua biografia. Neste ano Eduardo juntou seus escritos e resolveu publicar um livro com o que há de mais especial em seu coração. O amor.

Bene Rizzo

Nasceu em Jaú, cidade da região central do Estado de São Paulo. Vem de uma família de onze irmãos. Desde a mais tenra idade se mostrou inclinado para as artes, e em suas mais diversas vertentes. Do artesanato, com baixos relevos e pinturas em madeira migrou para desenhos, a lápis, retratando fotos, aprendido com um ilustrador argentino que atuava em uma praça no centro de São Paulo.

Logo veio o convite para trabalhar em uma produtora que fazia comerciais para TV com a técnica de Desenho Animado. Passou por todas as etapas na confecção de um anúncio comercial: animação, pintura, ilustração e filmagem. Hoje, os computadores queimaram todas as etapas, guardando semelhança apenas na arte do desenhista animador.

No início dos anos 1980, com a chegada dos computadores gráficos, foi convidado pela Rede Globo a integrar uma equipe para fazer vinhetas promocionais e abertura de programas e novelas. Trabalhou lá por 30 anos. Aliou a arte manual com a Computação Gráfica. Fez mais de 2.000 trabalhos, entre eles a abertura da novela “Tieta”, do programa “Os Trapalhões”, do humorístico “Sai de baixo”, do infantil “Sítio do Pica-pau Amarelo” entre outros. 

Bene domina inúmeras técnicas de ilustração, como aquarelas, acrílico sobre telas, pinturas a óleo etc. Para as ilustrações deste livro foi usada a técnica de lápis de cor sobre papel.

Bene Rizzo diz emocionado que as ilustrações para o livro de poesias “Olhar De Um Velho Lobo” do autor Eduardo Duarte, não pode ser considerado “trabalho”, pela enorme satisfação que cada arte lhe proporcionou, além de ter participado de um sonho, ora concretizado, do grande poeta. 

MANHÃ DE AUTÓGRAFOS E LANÇAMENTO DO LIVRO

“ Olhar de um velho lobo – relatos de uma vida que vale a pena”, de Eduardo Duarte

9 de março, sábado, das 11h às 14h

Livraria da Rua

Rua Antônio de Albuquerque, 913 – Savassi – BH – MG.

ENTRADA FRANCA.


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